IDENTIFICAÇÃO POLIFÁSICA E DIVERSIDADE GENÉTICA DE SPOROTHRIX ISOLADOS DE HUMANOS E FELINOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Resumo: Desde o primeiro relato de esporotricose humana no Brasil em 1907, as últimas décadas foram marcantes na história da esporotricose brasileira, período em que a doença tomou grandes proporções no país, em destaque o estado do Rio de Janeiro, no qual a doença assumiu um caráter endêmico/epidêmico. Esse evento está ligado intimamente a dois fatores: o envolvimento dos felinos na transmissão zoonótica e ao S. brasiliensis como agente responsável pela infecção. No Espírito Santo, o primeiro caso em humanos ocorreu em 1982, entretanto, durante os três últimos anos notamos uma expansão considerável da doença em todo estado, tanto em humanos quanto em animais, principalmente em áreas urbanas.
A esporotricose tem afetado diretamente a população capixaba, tornando-se um problema de saúde pública desconhecido pela maior parte da comunidade. Esse fato impacta no abandono dos animais infectados, especialmente felinos, no qual é uma potencial fonte de transmissão desta doença.
Os estudos sobre esporotricose felina e humana no Espírito Santo são escassos, além disso, a doença não é de notificação compulsória. Em estudo prévio do nosso grupo, foi possível observar a presença de duas espécies distintas de Sporothrix no nosso meio: S. schenckii sensu stricto e S. brasiliensis, ademais, em estudo realizado por De Araujo e colaboradores (2015), demonstraram também a presença de S. globosa. Todos os estudos até o momento foram pequenos e não nos deu uma visão ampla da doença no estado. Questões como prevalência, distribuição das espécies, perfil de susceptibilidade desse microrganismo a antifúngicos precisam ser respondidas. Além disso, não temos dados sobre a estrutura da população desses patógenos, se houve mudanças adaptativas em relação às espécies e de seus nichos ao decorrer dos anos.
Esse estudo nos permitirá acessar a diversidade genética de isolados humanos e animais, visando responder algumas perguntas como: (i) cenário atual da esporotricose humana e animal no Espírito Santo, (ii) rotas de transmissão da doença, (iii) diferenças intra e interespecíficas desses patógenos, (iv) tipo de reprodução e idiomorfo sexual predominante (v) origem dos isolados de Sporothrix no estado, (vi) diferença das espécies do complexo S. schenckii quanto à resposta aos antifúngicos in vitro e as variáveis dos quadros clínicos apresentados por pacientes. Sendo assim, nosso intuito é compreender o ciclo de transmissão da esporotricose e suas demais peculiaridades, para que consequentemente haja um manejo clínico adequado e, posteriormente, estimular medidas efetivas de contenção da doença a serem tomadas a fim de evitar futuros surtos.

Data de início: 01/03/2020
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado ISABELA DA CRUZ BAHIENSE ROCHA
Coordenador SARAH GONCALVES TAVARES
Vice-Coordenador ALOÍSIO FALQUETO
Acesso à informação
Transparência Pública

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