FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS, COMPORTAMENTAIS E CLÍNICOS ASSOCIADOS À SÍFILIS EM PARTURIENTES COM RECÉM- NASCIDOS PREMATUROS: UM ESTUDO DE CASO-CONTROLE
Nome: CARLA BARONI CUNHA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/05/2016
Orientador:
Nome | Papel |
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ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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VALÉRIA SARACENI | Suplente Externo |
Páginas
Resumo: A sífilis continua sendo um importante problema de saúde pública. Estima-se que 2 milhões de grávidas são infectadas anualmente em todo mundo. O inadequado ou o não tratamento pode apresentar vários efeitos adversos como a prematuridade, baixo peso ao nascer, perda precoce do feto ou óbito neonatal. Objetivo: Avaliar fatores sociodemográficos, comportamentais e clínicos para sífilis em parturientes com recém-nascidos prematuros. Métodos: Estudo epidemiológico observacional retrospectivo do tipo caso-controle (1:4) realizado entre junho de 2012 a junho de 2013. Um total de 404 parturientes em parto prematuro foram atendidas no Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais, em Vitória/ES. Destas 404 parturientes 16 foram diagnosticadas como positivas para sífilis (caso) e 388 negativas, destas últimas 64 foram selecionadas usando o critério de similaridade pela idade e município de residência afim de que os grupos fossem semelhantes. Resultados: A média de idade materna foi de 24,01 anos (DP=7,36). Das gestantes positivas para sífilis 87,5% possuíam escolaridade igual ou inferior a 8 anos de estudos (p=0,005); 68,8% eram solteiras (p= 0,009); em 56,3% a primeira relação sexual ocorreu entre os 14 e 17 anos (p= 0,042); 81,2% dos fetos nasceram vivos (p=0,052); 75,0% pesaram entre 1500 a 2499g (p= 0,006); e 37,5% o líquido amniótico das gestantes continham mecônio (p= 0,003). Para o grupo controle, foram obtidos os seguintes dados: 51,6% possuíam escolaridade maior que 8 anos de estudos; 68,8% eram casadas; em 53,1% das gestantes a primeira relação sexual ocorreu entre os 14 a 17 anos; 96,9% dos fetos nasceram vivos; 35,9% pesaram menos de 1500g; e 93,8% das parturientes não apresentaram mecônio no líquido amniótico. Após análise multivariada apenas a presença de mecônio no líquido amniótico apresentou significância estatística (OR 7,9 IC 95%: 1,30-47,98) e valor de p=0,025 para sífilis em gestantes com parto prematuro. Conclusão: Este estudo encontrou associação entre a presença de mecônio em líquido amniótico e sífilis em casos de partos prematuros atendidos no HUCAM. Além disso, é importante enfatizar a realização de triagem para sífilis na rotina pré-natal, conforme recomendação do Ministério da Saúde do Brasil, principalmente em casos de prematuridade.