MONITORAMENTO de Vancomicina em Pacientes em Tratamento Hemodialítico Com Infecções de Corrente Sanguínea Por Staphylococcus Spp

Nome: MICHEL PENEDO DA VITÓRIA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/04/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA FERREIRA NUNES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA FERREIRA NUNES Orientador
CLÁUDIO GALUPPO DINIZ Examinador Externo
KÊNIA VALÉRIA DOS SANTOS Coorientador
LILIANA CRUZ SPANO Examinador Interno
MOISES PALACI Suplente Interno

Páginas

Resumo: A vancomicina (van) é empiricamente prescrita para o tratamento de infecções por estafilococos em pacientes submetidos à hemodiálise (HD). O monitoramento das concentrações séricas mínimas (CSM) de van é utilizado como o mais preciso e prático método para se estimar sua eficácia, sendo recomendada a manutenção das CSM entre 10 e 20 µg/mL. O objetivo deste trabalho foi investigar as CSM de van de
pacientes sob HD, em um período de dois anos e correlacioná-los com a concentração inibitória mínima (CIM) deste glicopeptídeo para Staphylococcus spp recuperados de bacteremias nestes mesmos indivíduos. As amostras recuperadas (N=80) foram testadas quanto à CIM (diluição em ágar ou caldo) de van, gentamicina (gen), oxacilina (oxa), tetraciclina (tet), rifampicina (rif), ciprofloxacino (cip), penicilina G (pen) e daptomicina (dap). Foram coletadas 101 amostras de soro
de 22 pacientes em regime de administração de 1g a cada 4-5 dias, mais gen (1,5-2,0 mg/Kg) ao final de cada HD. As amostras foram coletadas antes de cada sessão de HD, nos tempos de 0, 48, 72, 96 e 120 horas após a infusão do fármaco. As CSM de van foram obtidas pelo imunoensaio de micropartículas quimioluminescentes (CMIA). Doseamento microbiológico de van foi realizado por meio da técnica pourplate com ágar sais mínimos. S. aureus foi a espécie mais frequentemente isolada (24%), seguida de Staphylococcus spp coagulase negativa (ScoN) (15%). Maiores taxas de resistência ocorreram para oxa (17% e 58%), pen (85% e 84%) e cip (26%
e 45%) em S. aures e ScoN, respectivamente. Das amostras de sangue coletadas, 77,8% exibiram concentrações séricas de van <10 µg/mL e considerando apenas as coletadas imediatamente antes da próxima dose de van (CSM), 90,6% também continham concentrações inferiores àquelas recomendadas para efetiva atividade antiestafilocócica. Os valores de concentrações séricas de van obtidas pelo bioensaio apresentaram ótima correlação com o CMIA (padrão ouro) (R2 = 0,96), com valores estatísticamente similares (p<0,05) quando aplicado o fator de correção. A prevalência de Staphylococcus spp resistente à oxa sustenta o uso empírico de van, contudo, a alta taxa de isolados de S. aureus que exibiram CIM de van de 1 µg/mL (59,5%) associada às baixas CSM de van a que são submetidos a maioria dos pacientes indica chance de falha terapêutica e seleção de cepas resistentes. Assim, uma abordagem terapêutica individualizada e monitoramento da droga devem ser considerados. Para tanto foi validado o ensaio microbiológico que, pelo baixo custo e simplicidade da técnica facilita a implementação do monitoramento de van na rotina de laboratórios clínicos de pequeno porte.

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