Tuberculose Extrapulmonar: uma Abordagem Epidemiológica e Molecular

Nome: TERESA GOMES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/03/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADELMO INACIO BERTOLDE Examinador Externo
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Examinador Interno
CRISPIM CERUTTI JUNIOR Suplente Interno
ELIANA ZANDONADE Suplente Externo
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL Orientador

Páginas

Resumo: Introdução: A tuberculose extrapulmonar (TBEP) é menos frequente e menos abordada por programas de controle da tuberculose (TB), além de ter seus fatores determinantes não totalmente elucidados na literatura. Objetivo: Este estudo se propôs a analisar as características epidemiológicas (sociodemográficas e clínicas), moleculares, e espaciais da TBEP no Brasil, no estado do Espírito Santo (ES) e na cidade de Vitória, respectivamente, tendo como fonte de dados, registros laboratoriais e o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Resultados: Em um estudo transversal descritivo e comparativo [TBEP comparado à TB pulmonar (TBP)] entre 2007 e 2011, foram notificados no Brasil 53.853 (12,60% IC95% 12,49% - 12,69%) casos de TBEP, os principais sítios acometidos foram o pleural (42%) e o ganglionar (21%). Quando comparada com a TBP, a TBEP estava mais associada à idade inferior a 7 anos, cor branca, maior grau de escolaridade, e co-infecção com o HIV. Já o uso de álcool, diabetes e doença mental foram principalmente associados à TBP. O desfecho mais presente foi a cura (73%), havendo um maior número de transferências e menor número de TBMDR (TB multi droga-resistente) comparado à TBP. No Espírito Santo 612 isolados de Mycobacterium tuberculosis (MTB) foram genotipados pelas técnicas de spoligotyping e Polimorfismo do comprimento dos fragmentos de restrição - RFLP do elemento de inserção IS6110. Dos 606 pacientes incluídos, 79 (13,0% IC95% 10,4% - 15,9%) possuíam TBEP. Dentre as formas extrapulmonares, 42% eram TB ganglionar e 27% TB pleural. A análise por RFLP IS6110 demonstrou que 250 (41%) isolados de MTB pertenciam a 73 clusters, que sugerem transmissão recente, sendo 27 (11%) em isolados de TBEP. Na análise por spoligotyping, 506 (83%) isolados possuíam padrões conhecidos e 106 (17%) desconhecidos, e pertenciam predominantemente à família LAM - 297 (48%). Na regressão logística, as variáveis escolaridade (inferior a 7 anos de estudo), cor branca e infecção pelo HIV foram associados com a TBEP, porém linhagem específica de cepa de MTB, presença da sublinhagem RdRio ou porcentagem de cluster não foram associados com o sítio extrapulmonar da doença. Por último realizou-se uma análise especial em Vitória do casos de TBEP com RFLP IS6110 realizado, sendo estes divididos em dois grupos: TBEP em cluster e TBEP não-cluster, foram identificados 58 casos totais, 19 em cluster e 39 não-cluster. Os casos de TBEP em cluster tiveram predomínio na Região Administrativa Centro, com um agrupamento espacial de 900 metros pelo gráfico da função K, ou seja, concentração espacial de cepas sugestivas de transmissão recente. Conclusões: Nossos estudos apontaram fatores relacionados à TBEP no Brasil, no ES e em sua capital Vitória. Nota-se que características relacionadas à TBEP muitas vezes diferem daquelas relacionadas à TBP, e àquelas relatadas em países com baixa carga da TB, além disso por meio de um estudo de base laboratorial no estado, não pôde-se demonstrar relação da TBEP com linhagem específica de MTB ou percentual de cluster. Por último, através da análise espacial integrada com a biologia molecular pôde destacar áreas com TBEP sugestivas de transmissão recente em Vitória. Esses resultados apresentados são relevantes para o entendimento da magnitude da TBEP no ES e Brasil.

Palavras-chave: Tuberculose extrapulmonar, Tuberculose, Epidemiologia Molecular, Análise espacial, Vigilância epidemiológica.

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