Taxa de Transmissão Vertical da Infecção Pelo HIV e Manifestações Clínicas em Crianças Atendidas no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, 2005-2008.
Nome: CAROLINA FRIZZERA DIAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/06/2011
Orientador:
Nome | Papel |
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ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA | Orientador |
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL | Suplente Interno |
RITA ELIZABETH CHECON DE FREITAS SILVA | Examinador Interno |
THALITA FERNANDES DE ABREU | Examinador Externo |
Resumo: Introdução: O principal indicador de monitoramento da redução da infecção pelo HIV em crianças é a taxa de incidência de AIDS em menores de cinco anos de idade, utilizado como proxy da taxa de transmissão vertical, uma vez que esta representa quase 90% da totalidade de casos.
Objetivos: Descrever o perfil das crianças atendidas do SAE de AIDS pediátrico do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) em relação à taxa de transmissão vertical do HIV e as manifestações clínicas diagnosticadas.
Metodologia: Estudo descritivo realizado com crianças expostas à infecção pelo HIV por via vertical acompanhadas no Serviço de Assistência Especializado em AIDS Pediátrica de um hospital público em Vitória (ES), no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2008. O questionário utilizado continha perguntas sobre dados clínicos da mãe e da criança. Foi realizada análise descritiva com distribuição de freqüência para variáveis qualitativas e cálculo de mediana e distância interquartil para variáveis quantitativas. As comparações entre os casos positivos de HIV e os casos que negativaram foram testadas através de testes de qui-quadrado. Odds Ratio e intervalos de confiança foram calculados e análise multivariada de regressão logística foram utilizados na análise. Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados: Duzentas e vinte e uma crianças (97,8%) foram expostas ao HIV durante a gestação ou parto. Um total de 47 (21,3%) crianças foi diagnosticado como doente de AIDS, sendo que 28 (56%) já entraram no serviço com o diagnóstico e 22 (44%) soroconverteram no período de seguimento. A taxa de transmissão vertical nesse período foi de 9,9% (IC 95% 6,0%-13,8%). Um total de 193 (87,3%) crianças deram entrada no serviço no primeiro ano de vida, 51,1% vs. 97,1% (p<0,001), quando comparamos os casos de aids com aqueles com sorologia negativa. Em relação às mães das crianças incluídas no estudo, o diagnóstico da infecção pelo HIV foi feito antes da gravidez em 97 (43,3%) casos, em 56 (25,0%) durante o pré-natal, em 59 (26,4%) o diagnóstico ocorreu no parto e após o parto. Em 12 casos (5,4%) o modo de contágio materno foi desconhecido. Entre os fatores independentemente associados com a transmissão vertical do HIV: ter entrado no serviço antes do primeiro ano de vida [OR=0,08 (0,170,37)], estar vivo [OR=0,12 (0,310,47)] e ter feito a profilaxia completa [OR=0,29 (0,09-0,97)] foram fatores protetores, enquanto que ter nascido de parto vaginal [OR=4,45 (1,4713,47)] foi fator de risco para a infecção pelo HIV. Em relação às manifestações clínicas nas crianças, a mais frequente foi ter anemia por mais de 30 dias (62%), seguida pela síndrome de emaciação (56%) e meningite bacteriana, pneumonia ou sepse (54%). Um total de 32% dos casos foram classificadas como da categoria C3, a mais grave de todas.
Conclusão: Os resultados mostraram uma alta taxa de transmissão vertical. Fazer a profilaxia completa e ter idade de entrada no serviço menor que 1 ano foram fatores de proteção e ter nascido de parto por via vaginal foi fator de risco para a transmissão vertical. Grande parte das crianças infectadas apresentaram manifestações moderadas e graves da AIDS, demonstrando a importância do monitoramento constante das medidas profiláticas para a mãe e a criança para o controle da transmissão vertical.
PALAVRAS CHAVE: AIDS, crianças, gestantes, Transmissão vertical