Helmintíase intestinal afeta negativamente a resposta celular específica contra o Mycobaterium tuberculosis em pacientes co-infectados.
Nome: JULIANA SILVA PANCINI GOULART
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/04/2009
Orientador:
Nome | Papel |
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RODRIGO RIBEIRO RODRIGUES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRÉA TEIXEIRA DE CARVALHO | Examinador Externo |
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA | Examinador Interno |
RODRIGO RIBEIRO RODRIGUES | Orientador |
Resumo: Mycobacterium tuberculosis (MTB) é um exemplo clássico de patógeno para o qual a resposta protetora depende da imunidade celular do tipo Th1. Essa resposta é caracterizada pela presença de linfócitos T CD4+ que produzem IFN-, citocina que ativa mecanismos microbicidas no macrófago infectado, levando à eliminação do bacilo. Os fatores relacionados à resistência ou à susceptibilidade à tuberculose ainda não são completamente conhecidos. Evidências sugerem que a progressão para a doença esteja relacionada à presença de mecanismos imunossupressores mediados por citocinas e por células T reguladoras. Acredita-se que a helmintíase intestinal possa prejudicar o desenvolvimento de uma resposta adaptativa capaz de conter ou eliminar o MTB, tornando assim o indivíduo susceptível ao adoecimento. A infecção helmíntica é associada a um estado de hiporresponsividade imunitária, também induzido por citocinas imunossupressoras e células T reguladoras. Neste trabalho, foi avaliada a influência da co-infecção com helmintos intestinais na resposta celular MTB-específica durante a tuberculose pulmonar, no momento do diagnóstico e durante a terapia antituberculose. Para isso, foram arrolados 53 pacientes com diagnóstico recente de tuberculose pulmonar. Desses pacientes, 26% eram portadores de pelo menos uma espécie de helminto intestinal. Pacientes com tuberculose pulmonar e helmintíase intestinal apresentaram uma maior freqüência de células T reguladoras em comparação com os pacientes com tuberculose pulmonar sem helmintíase; com os indivíduos com helmintíase sem tuberculose; e com os indivíduos saudáveis. Além disso, os resultados sugerem que a co-infecção com helmintos intestinais tenha induzido um estado de hipoergia em pacientes portadores de tuberculose pulmonar, uma vez que esses pacientes apresentaram concentrações significativamente menores das citocinas IL-2, IFN- e TNF- nos sobrenadantes de culturas de sangue total estimuladas com antígeno de M. tuberculosis em comparação às concentrações encontradas no grupo TB e no grupo controle. Portanto, os resultados desse trabalho sugerem que a co-infecção por helmintos intestinais tenha um impacto negativo na resposta imunitária à tuberculose em pacientes portadores de tuberculose pulmonar.