Prevalência de vírus adeno-associado (AAV) e de coinfecção com papilomavírus humano (HPV) em secreção cervical de mulheres soroositivas e soronegativas para HIV.

Nome: LUCIANA BUENO DE FREITAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/02/2009

Banca:

Nome Papelordem crescente
LILIANA CRUZ SPANO Orientador
REYNALDO DIETZE Examinador Interno
SILVIA MARIA BAETA CAVALCANTI Examinador Externo

Resumo: AAV é .um parvovírus que depende de vírus helper para que ocorra infecção produtiva. São descritos 12 tipos, sendo que os tipos 2, 3, 5 e 9 infectam seres humanos. No trato genital, o HPV tem sido o vírus helper relatado com maior freqüência em associação com o AAV. Interação bidirecional entre estes vírus foi descrita, com o AAV inibindo expressão gênica do HPV, o que pode refletir em um papel protetor do AAV no desenvolvimento de carcinoma cervical induzido por HPV. A infecção por HIV aumenta a susceptibilidade à infecção e persistência do HPV, aumentado também a probabilidade de progressão para tumores cervicais. Até o momento, não é conhecida a prevalência de AAV em pacientes infectados por HIV. Este estudo objetivou investigar a prevalência de AAV e de coinfecção AAV-HPV em mulheres soropositivas e soronegativas para HIV atendidas no Centro de Referência em DST/AIDS, Vitória-ES. Questionário estruturado para obtenção de dados sócio-demográficos foi aplicado a todas as mulheres. Exames citológicos foram realizados nas amostras de secreção cervical e DNA foi extraído pelo kit comercial QIAamp® DNA Mini Kit, seguindo instruções do fabricante. DNA de AAV e HPV foram investigados por PCR. Tipagem para AAV2, 3 e 5 foi realizada por PCR e RFLP. Prevalência total de AAV foi de 19,7% (56/284), sendo 18,7% (21/112) e 20,3% (35/172) em mulheres soropositivas e soronegativas para HIV, respectivamente. AAV foi detectado em 27% das mulheres positivas para HPV (36/133) e em 13% das negativas para HPV (20/151), sendo significante estatisticamente (p=0,003). O único tipo encontrado de AAV foi o tipo 2. Exame citológico revelou: 222 casos normais, 41 com alterações inflamatórias, 10 com ASCUS e 11 com NIC 1 e 2. Presença do AAV demonstrou ser um fator protetor contra as lesões cervicais induzidas por HPV [OR=0,35 (IC 95% 0,13-0,94)]. A detecção de AAV2 nas amostras está de acordo com pesquisas anteriores que demonstram este tipo como o mais frequente em humanos. A significante prevalência do AAV nas mulheres infectadas por HPV sugere atividade helper do HPV e corrobora estudos prévios. Mulheres coinfectadas por AAV e HPV tiveram menor chance de desenvolverem lesões cervicais. Este é o primeiro estudo que investigou a prevalência do AAV em mulheres infectadas por HIV e demonstrou que esta infecção não influenciou a prevalência de AAV ou da coinfecção AAV-HPV.
PALAVRAS-CHAVE: AAV, HPV, HIV, secreção cervical, PCR.

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