Demora no diagnóstico da hanseníase: Um estudo realizado em Unidades de Saúde da Grande Vitória.

Nome: BRUNELA PITANGA RAMOS MADUREIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 11/09/2006

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Examinador Interno
JOÃO CARLOS REGAZZI AVELLEIRA Examinador Externo
PATRÍCIA DUARTE DEPS Orientador

Resumo: Introdução: A demora no diagnóstico da hanseníase vem sendo apontada como uma das causas da manutenção da hanseníase como doença endêmica em alguns paises. Esta demora quando maior que 6 meses pode representar, para o paciente, um maior risco de desenvolver complicações relacionadas à hanseníase, e atuando por mais tempo como fonte de infecção. No Estado do Espírito Santo, a hanseníase continua sendo considerada um problema de saúde publica apresentando focos de alta endemicidade em alguns municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória. Objetivos: Estimar o tempo de demora no diagnóstico da hanseníase e algumas de suas causas. Metodologia: Foi realizado um estudo descritivo, onde estudou-se 127 pacientes com diagnóstico de hanseníase, no período de maio de 2004 a maio de 2006, atendidos em Unidades de Saúde da Grande Vitória e HUCAM. Foi utilizado um questionário contendo dados sócio-demográficos e clínicos sobre a hanseníase e outro que continha perguntas relacionadas com o motivo da demora no diagnóstico. Os pacientes foram submetidos a um exame dermato-neurológico com aferição do grau de incapacidade (GI) e biópsia da lesão cutânea. Foram avaliadas as variáveis sexo, idade, escolaridade, classificação da hanseníase, características das lesões cutâneas e GI. Resultados: A média da demora foi de 26,27 meses e a mediana foi de 14 meses, a variação foi de 1 a 276 meses. Dos 127 pacientes estudados, 82,7% apresentaram uma demora no diagnóstico maior que 6 meses. A mediana da demora foi de: 18 meses para o sexo feminino e 12 meses para o sexo masculino; 24 meses para o grupo de analfabetos e 12 meses para os demais grupos de escolaridade; 21 meses para faixa-etária de 31-45 anos e 12 meses para os demais grupos etários; 24 meses para pacientes que apresentavam de 3-5 lesões, 14 meses para os que apresentavam menos de 3 lesões e 12 meses para os grupos com 610 lesões e com mais de 10 lesões; 12 meses para pacientes com GI 0, 13 meses para GI 1 e 15 meses para GI 2; 14 meses para PB e 15 meses para MB. O município da Serra apresentou maior tempo de demora no diagnóstico, 24 meses e os demais municípios apresentaram mediana de 12 meses. Dos 51 pacientes que responderam o questionário sobre o motivo da demora, 64,7% justificaram a demora em procurar o diagnóstico por apresentar lesão assintomática e 31,4% queixaram de erro no diagnóstico. Conclusões: Apesar da demora no diagnóstico da hanseníase na RMGV ter sido menor que o apresentado em outros estudos nacionais e internacionais, mais de dois terços dos pacientes estudados foram diagnosticados após 6 meses de inicio dos sintomas. Ainda, houve uma tendência de maior demora no diagnóstico em pacientes do Município de Serra, na faixa etária de 31 a 45 anos, nas mulheres, nos analfabetos, nos MB, nos pacientes com GI 2 e naqueles que apresentavam entre 3-5 lesões cutâneas. A falta de consciência dos sinais e sintomas da hanseníase, ou do desconhecimento sobre a doença foram os motivos alegados pelo atraso do diagnóstico por mais da metade dos pacientes. Aproximadamente um terço dos pacientes queixaram-se de erro no diagnóstico na primeira consulta.
Palavras-chaves: Hanseníase-diagnóstico, transmissão, incapacidades.

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