AVES SILVESTRES COMO SENTINELAS DE AGENTES INFECCIOSOS EM UMA ÁREA DE MATA ATLÂNTICA NA REGIÃO SERRANA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL

Nome: ROSÂNGELA APARECIDA MÜLLER

Data de publicação: 07/06/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA MARIA RIBEIRO DE CASTRO DUARTE Examinador Externo
BLIMA FUX Presidente
GUSTAVO ROCHA LEITE Examinador Interno
KENIA VALERIA DOS SANTOS Examinador Interno
MARIA APARECIDA MORAES MARCIANO Examinador Externo

Resumo: Nas últimas décadas, as doenças infecciosas originadas da vida selvagem têm ganhado crescente relevância devido aos seus impactos sobre a saúde pública e a economia global. A emergência desses patógenos está intimamente associada à intensificação das atividades humanas e à degradação ambiental. Nesse contexto, os animais silvestres, em especial as aves, têm sido amplamente reconhecidos como bioindicadores e organismos sentinelas, uma vez que respondem de forma sensível às pressões antrópicas sobre os ecossistemas, refletindo alterações na qualidade do habitat, no padrão de ocorrência de doenças e na exposição a contaminantes. O objetivo desse estudo foi testar a hipótese de que a prevalência de agentes infecciosos em aves silvestres é maior em ambientes antropizados do que em ambientes preservados da Mata Atlântica. A análise revelou uma prevalência geral de 44% de agentes infecciosos na população de aves. A maioria dos agentes infecciosos foram encontrados no ambiente silvestre (72%). O gênero Trypanosoma (34,6%) foi o mais prevalente na avifauna, seguido por Plasmodium (23,6%). Os parasitos intestinais microfilária (9%), Cryptosporidium (4,5%), Entamoeba (4,5%) e Isospora (3%), foram mais prevalentes no ambiente silvestre. O gênero Giardia (4,5%) e o helminto Ascaridia (3%) foram mais prevalentes no ambiente antropizado. Pela primeira vez, foi feito o registro de Amblyomma ovale na fase adulta parasitando um passeriforme na Mata Atlântica e o sexto relatado em passeriformes. Conclui-se que a utilização de aves como espécies sentinelas se mostrou eficaz para detectar não apenas a presença de agentes infecciosos, mas também para monitorar a saúde do ecossistema de forma geral. Este estudo demonstra que a vigilância ativa de aves silvestres, como ferramenta complementar, pode atuar como um sistema de alerta precoce para zoonoses emergentes, contribuindo para a detecção antecipada e o controle de surtos que impactam tanto a fauna quanto a saúde humana.

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