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OCORRÊNCIA DE ASPERGILLUS E OUTROS FUNGOS FILAMENTOSOS NO AR DE ENFERMARIAS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO NO SUDESTE DO BRASIL

Nome: JHULLY PIMENTEL

Data de publicação: 06/12/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
KENIA VALERIA DOS SANTOS Examinador Interno
PATRICIO GODOY MARTINEZ Examinador Externo
SARAH GONCALVES TAVARES Presidente

Resumo: A análise da qualidade do ar interno em hospitais é de fundamental importância para entender a microbiota fúngica presente no ambiente, avaliar os riscos à saúde dos pacientes e profissionais, e lidar com a resistência aos antifúngicos, permitindo a implementação de medidas de controle mais eficazes. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência e a diversidade de fungos filamentosos no ar de duas enfermarias do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM), no período de novembro de 2022 a setembro de 2023. Para isso, foram realizadas oito coletas de ar, duas por estação do ano. Foram avaliadas duas enfermarias em andares diferentes e com sistema de ventilação distintos. A enfermaria Q2, localizada no segundo andar, utilizou ventilação natural de novembro de 2022 a janeiro de 2023 e ar-condicionado Split de março a setembro de 2023. Já a enfermaria Q4, situada no quarto andar e fez uso de ar-condicionado Split durante todo o período. Para cada coleta, foi utilizado um amostrador de ar de seis estágios, contendo placas de Petri com ágar Sabouraud dextrose (SDA) suplementado com cloranfenicol 0,5%. A captação do ar durou 30 minutos nos quartos e banheiros (seco e úmido). Paramêtros climáticos (temperatura e umidade relativa) foram monitorados. As placas com SDA com crescimento fúngico eram quantificadas e os fungos reisolados e identificados morfologicamente. Os isolados de Aspergillus, além de caracterizados por macro e micromorfologia, foram identificados utilizando o sequenciamento de DNA pela amplificação do fragmento da região beta-tubulina. Ademais, para esses mesmos isolados, foi avaliado o perfil de sensibilidade a antifúngicos in vitro frente a anfotericina B (AMB), itraconazol (ITR), posaconazol (POS), voriconazol (VOR) e anidulafungina (AND) pelo método de microdiluição em caldo, de acordo com documento M38-A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2008). Durante o estudo, foram observadas diferenças clínicas entre os pacientes internados nas enfermarias, sendo o quarto andar o que apresentou pacientes mais suscetíveis as infecções fúngicas. No segundo andar, no primeiro período de análise (ventilação natural), a variação da concentração fúngica variou entre 50 UFC/m³ a 458 UFC/m³. Com a instalação do ar-condicionado, no segundo momento, a variação da concentração fúngica foi menor, oscilando entre 33 UFC/m³ a 172 UFC/m³. No quarto andar, onde não houve alteração no sistema de ventilação, a variação da concentração fúngica foi menor, de 29 a 187 UFC/m³. Os resultados dos parâmetros climáticos indicaram que o segundo andar apresentou temperaturas e umidade relativas mais elevadas do que o quarto andar, mesmo após a mudança no sistema de ventilação. Em todo o período estudado, foram identificados 583 isolados de fungos filamentosos distribuídos entre 17 gêneros de fungos. Sendo o outono, a estação que registrou a maior diversidade de gêneros fúngicos (n= 13/17, 76,5%), enquanto o inverno apresentou a menor diversidade, com 8 (47,06%). Dentre os gêneros identificados, destacou-se Penicillium (38,59%, n= 225/583), Cladosporium (29,99%, n = 169/583) e Aspergillus (6,35%, n = 37/583), com menor ocorrência de Curvularia (n= 4/ 583, 0,69%), Lomentospora (n= 2/583, 0,34%), Alternaria (n= 1/583, 0,17%) e Fusarium (n= 1/583, 0,17%). Foram recuperados 37 isolados de Aspergillus, com maior ocorrência no verão (n = 14/583, 2,4%) e na primavera (n= 9/583, 1,5%). A identificação polifásica permitiu a análise detalhada de 27 isolados de Aspergillus, identificados até o nível de espécie, distribuídos em 8 seções e 14 espécies distintas. Nos testes de sensibilidade in vitro, três isolados de A. fumigatus (75%) e um de A. flavus foram caracterizados como não selvagens para ITR (CIM 1 g/mL). Espécies emergentes de Aspergillus apresentaram CIMs elevadas para triazólicos. De forma semelhante, algumas espécies emergentes da seção Circumdati apresentaram CIM elevadas para AMB. Entretanto, todos os isolados mostraram CEM baixas para AND (0,03 a 0,5 g/mL). Este estudo revelou significativa diversidade de fungos filamentosos no ar das enfermarias, com predominância de gêneros patogênicos. Portanto, é crucial o monitoramento desses patógenos no ar interno hospitalar para prevenir infecções fúngicas e apoiar estratégias de controle e manejo do ar em hospitais. Assim como, subsidiar análises micológicas periódicas, especialmente em áreas com pacientes de alto risco.

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