Otimização de técnicas utilizando a urina como material biológico no diagnóstico da esquistossomose
Nome: JULIANA DE MELLO DO CARMO
Data de publicação: 20/08/2024
Banca:
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Papel |
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CARLOS GRAEFF TEIXEIRA | Presidente |
MOISES PALACI | Examinador Interno |
SILVIO DOLABELLA | Examinador Externo |
Resumo: As infecções humanas por helmintos, especialmente em regiões com saneamento básico inadequado, representam um grave problema de saúde pública. O Schistosoma mansoni, agente causador da esquistossomose, é transmitido pelo contato com águas contaminadas. Ações de controle têm sido priorizadas pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela Organização Mundial da Saúde para a diminuição da transmissão da esquistossomose, destacando a necessidade de métodos diagnósticos mais específicos e sensíveis para a detecção das infecções. O objetivo principal deste trabalho foi otimizar os parâmetros para utilizar a urina como material biológico no diagnóstico da esquistossomose. Para alcançar esse objetivo, amostras de urina foram coletadas em diferentes localidades (Estância/SE e Afonso Cláudio/ES), e urinas de voluntários do Núcleo de Doenças Infecciosas (NDI) foram avaliadas quanto às diferenças nos espectros, antes e após congelamento, utilizando o infravermelho próximo (NIRS). Além dessas amostras, urinas de um estudo anterior da localidade de Marau/RS e urinas de voluntários do NDI foram liofilizadas para a detecção de padrões proteicos pela eletroforese. Das 34 amostras de urinas liofilizadas dos voluntários do NDI, analisadas após diferentes condições de congelamento (primeiro a -20 °C por duas horas, seguido de -80 °C por 48 horas, e o outro grupo diretamente a -80 °C por 48 horas), observou-se que o grupo submetido ao congelamento inicial a -20 °C apresentou um maior índice de amostras que completaram o processo de secagem. A baixa capacidade de separação de proteínas da eletroforese SDS-PAGE pode ter impedido a observação de diferenças nos perfis proteicos das urinas negativas dos voluntários do NDI em relação a urinas negativas e falso-positivo de Marau. A análise dos espectros de 312 amostras de diferentes regiões demonstrou que o armazenamento de urinas a -20 °C durante vários dias pode causar alterações nos padrões dos espectros pós-congelamento. A urina se mostra um material biológico promissor para diagnóstico devido à facilidade de coleta e baixo custo. Além disso, o uso do espectrômetro Nano-NIRS é uma abordagem promissora que pode ser integrada aos programas de vigilância como técnica de triagem para esquistossomose. Contudo, os resultados indicam a necessidade de mais investigações para validar novos métodos diagnósticos, com amostras mais numerosas e metodologias aprimoradas. Assim, é essencial continuar a pesquisa para identificar e validar novos biomarcadores urinários.