ANÁLISE DO PERFIL INFLAMATÓRIO E CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE CÉLULAS SENESCENTES E RESIDENTES DE MEMÓRIA NA LEISHMANIOSE CUTÂNEA HUMANA CAUSADA POR Leishmania braziliensis

Nome: RENAN GARCIA DE MOURA

Data de publicação: 15/03/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA Examinador Interno
CELIO GERALDO FREIRE DE LIMA Examinador Externo
DÉBORA DECOTE RICARDO DE LIMA Examinador Externo
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA Examinador Interno

Resumo: A leishmaniose cutânea localizada é uma doença causada por parasitos do gênero Leishmania, que se desenvolve a partir de uma resposta imunológica exacerbada do hospedeiro à infecção. Nos últimos anos, a doença tem sido associada à indução de um perfil de senescência celular precoce nas células do sistema imunológico (linfócitos), tornando-os altamente citotóxicos e desenvolvendo um estado de inflamação sistêmica. Contudo, pouco se sabe sobre a presença e fenótipo das células senescentes nas lesões, o qual foi a motivação para o desenvolvimento deste trabalho. Nesse sentido, observou-se, por citometria e imunofluorescência, que populações de linfócitos T CD4+ e CD8+ se acumulam nas lesões e apresentam perfis de memória diferentes do sangue, com acúmulo de populações mais diferenciadas. Semelhante ao que já se conhece sistemicamente, demonstrou-se que o ambiente lesional é rico em citocinas pró-inflamatórias, como IL-1, IL-6, IL-8, IFN- e TNF-, as quais são conhecidas por induzir células à senescência. De fato, verificou-se que, comparado à pele saudável, as lesões possuem um acúmulo de linfócitos T (CD4+ e CD8+), fibroblastos e macrófagos que expressam os principais marcadores de senescência: receptores de diferenciação (CD57 e KLRG1), marcadores que indicam danos no DNA (y-H2Ax), proteínas que inibem o ciclo celular (p16) e que estão presentes em vias de estresse celular (ATF2), além de moléculas associadas a funções efetoras independentes de antígeno (receptores da família NKG2 e seus ligantes, HLA-E e MIC-A/B). Além disso, constatou-se que, embora a maioria dos linfócitos lesionais sejam provenientes da circulação, há populações de células diferenciadas que residem permanentemente na pele, identificadas pela expressão das moléculas CD69, CD103 e CD49a. Coletivamente, esses dados indicam que células T com fenótipo de senescência e residência se acumulam nas lesões, o que poderia estar associado à progressão da doença, pois ambas as populações são conhecidas por suas atividades efetoras altamente citotóxicas, tornando-as um potencial alvo para futuras imunoterapias.

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