Caracterização de bacilos gram-negativos resistentes a carbapenêmicos isolados durante a pandemia de COVID-19 e fatores clínicos associados ao desfecho

Nome: BRUNELA SANTANA

Data de publicação: 28/11/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
KENIA VALERIA DOS SANTOS Orientador

Resumo: Pacientes com COVID-19 têm risco de serem acometidos por infecções secundárias por Bacilos Gram-negativos (BGNs), como K. pneumoniae, P. aeruginosa e A. baumannii. Antibióticos beta-lactâmicos são usados para tratamento contra esses BGNs, porém com o advento da resistência antimicrobiana fica cada vez mais difícil o tratamento. Nesse cenário, as polimixinas são reintroduzidas para tratar infecções por BGNs no paciente grave. A gravidade da condição do paciente com COVID-19 associada a um quadro de infecção secundária por um BGN resistente à múltiplas drogas pode impactar fortemente o desfecho do paciente. Assim, nosso objetivo foi caracterizar os bacilos Gram-negativos resistentes a carbapenêmicos (BGN-RC) isolados no segundo ano da pandemia de COVID-19 no Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves; definir o perfil clínico e demográfico dos pacientes dos quais foram isolados K. pneumoniae resistente aos carbapenêmicos e determinar os fatores de risco associados à resistência à polimixina B. Foram coletados BGN-RC durante o segundo ano da pandemia para testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e análises fenotípicas e genéticas dos mecanismos de resistência. Os dados clínicos e demográficos dos pacientes do estudo foram obtidos a partir do prontuário eletrônico do hospital. Foram coletadas 376 amostras de BGN-RC entre agosto de 2021 a fevereiro de 2022. Todos os BGN-RC foram categorizados como resistentes à múltiplas drogas (MDR). Mais da metade dos isolados de K. pneumoniae (51%) foram resistentes à polimixina B. A maioria dos isolados de A. baumannii (62%) e P. aeruginosa (70%) apresentaram CIM no ponto de corte de 2g/mL para polimixina B. As amostras de K. pneumoniae apresentaram prevalência de serina-carbapenemases. Nas amostras de BGN-RC o gene blaKPC foi prevalente em K. pneumoniae e P. aeruginosa, blaOXA-23 foi prevalente em A. baumannii. As comorbidades mais frequentes nos pacientes dos quais foram isolados os BGN-RC foram hipertensão arterial e diabetes mellitus e idade superior a 60 anos. Foram observadas até cinco comorbidades em um mesmo paciente. Pacientes que tiveram desfecho óbito ficam menos tempo hospitalizados, provavelmente como consequência das comorbidades associadas. Coinfecções aumentaram os dias de internação e ocorreram até seis patógenos em um mesmo paciente. Os pacientes expostos à K. pneumoniae resistente a carbapenêmicos (KPRC) e polimixina B apresentaram aumentado risco para uso de mais de 8 antimicrobianos e de desenvolver coinfecção por Candida sp. durante o período de hospitalização na UTI, independentemente se positivos ou não para COVID-19. Quanto maior o tempo de hospitalização, maior o número de antimicrobianos prescritos para os pacientes com COVID-19 com destaque para meropenem, vancomicina, ceftriaxona, polimixina B e os antifúngicos micafungina e fluconazol.

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