ESTUDO SOBRE A OCORRÊNCIA E AS CAUSAS DE LESÕES EOSINOFÍLICAS TECIDUAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, EPIDEMIOLÓGICAS E DIAGNÓSTICAS

Nome: LETICIA KAROLINI WALGER

Data de publicação: 31/10/2023

Banca:

Nome Papelordem decrescente
ESTER MARIA MOTA Examinador Externo
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA Examinador Interno
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA Presidente

Resumo: As lesões eosinofílicas teciduais podem estar presentes em diversas situações, sejam elas de forma primária ou secundária. Quando secundárias, essas lesões podem estar associadas a parasitoses teciduais que ativam o sistema imunológico e induzem a produção excessiva de eosinófilos. As duas formas de interesse para este estudo são as gastroenterites eosinofílicas (GEE) e as meningites eosinofílicas (ME). Este trabalho buscou estudar a ocorrência e as causas de lesões eosinofílicas teciduais no estado do Espírito Santo e outros estados do Brasil, bem como, atualizar informações sobre suas características clínicas, epidemiológicas e diagnósticas. Parte do estudo contou com a análise retrospectiva e revisão de laudos e lâminas histopatológicas do Laboratório de Patologia do HUCAM para investigar a ocorrência de lesões eosinofílicas teciduais no estado do Espírito Santo. Outra parte do estudo foi realizada de forma prospectiva, monitorando os casos das ME ocorridos no Brasil, além do monitorar eosinofilias sanguíneas nos municípios de Ibatiba e Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, e realizar testes sorológicos nas amostras para investigar a presença de anticorpos contra A. costaricensis. Foram revisados 12.284 laudos histopatológicos do TGI dos anos 2008 a 2023. O percentual de casos com ressecção/biópsia de alguma porção do TGI que apresentava eosinófilos foi de 8,2% no intestino delgado, 2,8% no intestino grosso, 1,9% no fígado e 0,5% no apêndice cecal. Oito casos apresentavam estruturas parasitárias. A Rede de Monitoramento das ME conta, atualmente, com a participação das instituições Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre -RS e Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria de Joinville – SC. Essas instituições relataram oito casos de meningites com eosinofilia no período de agosto de 2021 a agosto de 2023, a quantidade de eosinófilos variou de 2 a 68%. O monitoramento de eosinofilias sanguíneas nos municípios de Ibatiba e Santa Maria de Jetibá resultou na coleta e análise de 24 amostras, das quais 9 foram positivas para o teste Dot-ELISA. Com base nos resultados encontrados, pode-se atestar a ocorrência de casos com lesões eosinofílicas teciduais, além da presença de altos níveis de eosinófilos no sangue e no líquor. Portanto, é importante que essas lesões sejam objeto de investigação, sendo necessária a colaboração de todos os profissionais que trabalham com vigilância e investigação epidemiológica.

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