ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DOS CASOS DE CHIKUNGUNYA NO ESPÍRITO SANTO ENTRE 2018 E 2020: UM ESTUDO DOS FATORES ASSOCIADOS

Nome: MARCUS VINÍCIUS SALVADOR CLIPES

Data de publicação: 24/10/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA Examinador Interno
CREUZA RACHEL VICENTE Coorientador
CRISPIM CERUTTI JUNIOR Presidente
PABLO MEDEIROS JABOR Examinador Externo

Resumo: Introdução: A Chikungunya (CHIK) é uma doença febril causada pelo Chikungunya virus (CHIKV), um Alphavirus de ampla distribuiçã. O CHIKV é transmitido por mosquitos do gênero Aedes. A CHIK foi primeiramente evidenciada e identificada no ano de 1953, na Tanzânia, e, desde 2014, são relatados casos autóctones no Brasil. Clinicamente, a CHIK é caracterizada por febre intensa e repentina, astenia, cefaleia, erupções cutâneas e dores articulares, as quais podem perdurar por meses, trazendo prejuízos no âmbito da saúde pública e da qualidade de vida para os afetados. Embora a mortalidade seja baixa, há uma alta morbidade relacionada à doença. É importante conhecer os determinantes sociais e ambientais relacionados à CHIK, de modo que se possa traçar estratégias de controle e mitigação da doença. Objetivo: Descrever as características sociais e demográficas dos indivíduos acometidos por Chikungunya (CHIK) no estado do Espírito Santo e verificar a associação entre tais variáveis e a incidência da doença. Métodos: Estudo transversal com utilização de dados temporais, espaciais e sociodemográficos de indivíduos com diagnóstico confirmado de CHIK no estado do Espírito Santo, Brasil, entre 2018 e 2020. A incidência mensal de CHIK foi calculada. A distribuição espacial foi verificada anualmente com mapas de riscos relativos por município e por clusters de municípios. Em relação à análise estatística, o método do qui-quadrado foi utilizado para verificar a associação entre as variáveis sexo, raça, escolaridade e faixa etária e a presença da doença. Resultados: No período e área analisados, foi observada uma epidemia de CHIK no ano de 2020, com incidência de 2.198,2 casos por milhão de habitantes. As regiões sul e central apresentaram risco de ocorrência de CHIK cinco vezes maior que as demais regiões no ano epidêmico. Mulheres (odds ratio - OR 1,65; Intervalo de Confiança - IC 95% 1,58-1,72), negros (OR 1,22; IC 95% 1,13-1,33), indivíduos com menos de 11 anos de estudo (OR 1,48; IC 95% 1,37-1,61) e idosos (OR 7,49; IC 95% 6,53-8,59) foram os grupos que apresentaram maior risco da doença, com significância estatística. Conclusão: A CHIK se apresenta como um problema de saúde pública emergente no Brasil desde sua introdução em 2014. A suscetibilidade da população e a ampla distribuição dos vetores possibilitam a dispersão do vírus pelo território nacional. O Espírito Santo apresentou uma importante epidemia em 2020, possivelmente relacionada a surtos em estados vizinhos. A população de risco deve ser priorizada no atendimento de saúde, dado o potencial de morbidade desta doença.

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