Fatores associados à hospitalização na febre de Chikungunya

Nome: DANIELLE TORRES DOS SANTOS LOPES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 15/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CREUZA RACHEL VICENTE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Examinador Interno
CREUZA RACHEL VICENTE Orientador
LUCIANO PAMPLONA DE GÓES CAVALCANTI Examinador Externo

Resumo: Introdução: A febre de Chikungunya é uma doença causada pelo RNA vírus Chikungunya (CHIKV), do gênero Alphavirus, família Togaviridae, transmitido aos humanos por meio da picada de fêmeas infectadas de mosquitos das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus. Manifesta-se de forma febril aguda, com sintomas similares aos das demais arboviroses. A transmissão autóctone do CHIKV já foi relatada em 114 países e a estimativa anual de casos varia de 52.774 a 328.943. A hospitalização é incomum nos casos de febre de Chikungunya e há lacunas de conhecimento sobre os fatores associados a este desfecho. Objetivo: O presente estudo avaliou os fatores associados à hospitalização em pacientes com infecção aguda pelo CHIKV. Método: Foi realizado um estudo transversal, incluindo dados de casos da forma aguda da febre de Chikungunya com confirmação laboratorial em residentes no município de Vitória, estado do Espírito Santo, Brasil, ocorridos entre 2016 e 2020, e acessados por meio dos bancos de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e eSUS Vigilância em Saúde. Resultados: Foram incluídos 2.868 pacientes, dos quais 1,42% (n = 41) foram hospitalizados. Houve diferença em relação à idade entre hospitalizados e não hospitalizados, sendo esta menor nos hospitalizados (mediana = 26 anos, intervalo interquartil =12 - 61) do que em não hospitalizados (mediana = 47 anos, intervalo interquartil = 34 - 59) (p-valor = 0,001). A gestação foi significativamente maior em hospitalizadas (n = 2, 10,5%) do que em não hospitalizadas (n = 36, 2,0%) (p-valor = 0,010). Quanto às manifestações clínicas, alguns sintomas foram significativamente menos frequentes entre os hospitalizados, como mialgia (p-valor = 0,006), cefaleia (p-valor < 0,001), náusea (p-valor = 0,009), dor nas costas (p-valor < 0,001), artrite (p-valor = 0,014), artralgia (p-valor < 0,001) e dor retro orbitária (p-valor < 0,001). Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação a sexo, com maior acometimento de mulheres entre hospitalizados (n = 26) e não hospitalizados (n = 1.910) (p-valor = 0,573), além de doenças pré-existentes, e tempo de evolução da doença (p-
valor = 0,102). Dor nas costas (OR = 0,134; IC 95% = 0,044 - 0,409) e artralgia (OR = 0,226; IC 95% = 0,083 - 0,613) foram previsores protetores da hospitalização.
Conclusão: O estudo demonstrou que manifestações clínicas mais brandas na fase aguda da febre de Chikungunya foram identificadas entre os hospitalizados, e alguns sinais e sintomas foram fatores previsores protetores da hospitalização. Portanto compreender a correlação entre as características sociodemográficas, as comorbidades e os sintomas apresentados pelos indivíduos acometidos pela doença permite a elaboração de medidas para ações efetivas de prevenção, controle e manejo da doença, reduzindo as internações.

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