AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE ACOMETIDOS E DA PROGRESSÃO DA COVID-19 EM POPULAÇÕES DOS MUNICÍPIOS DE MENOR PORTE NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Nome: LAYLLA VERIDIANA CASTORIA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/06/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CRISPIM CERUTTI JUNIOR Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA Examinador Interno
CRISPIM CERUTTI JUNIOR Orientador
PABLO MEDEIROS JABÔR Examinador Externo

Resumo: Em dezembro de 2019, surgiu, na China, uma doença que foi denominada COVID-19, resultado da infecção pelo SARS-CoV-2, um novo coronavírus. Diante das altas taxas de transmissão do agente e na ausência de vacinas, uma série de medidas foram tomadas para evitar sua disseminação. No Brasil, no início da pandemia, as notificações dos casos da doença para as autoridades abrangeram somente os casos graves. Além disso, a implementação de medidas preventivas ocorreu, geralmente, no âmbito estadual, não compreendendo as especificidades locais e as reais necessidades. Quando se considera o contexto de uma doença infecciosa de transmissão direta (doença contagiosa), supõem-se que locais com maiores contingentes populacionais atuem como pontos críticos para sua disseminação. Consequentemente, a compreensão da relação entre densidade demográfica e disseminação de uma doença como a COVID-19 poderia proporcionar uma maior racionalidade no estabelecimento de políticas de saúde, inclusive pelo melhor dimensionamento da modalidade de isolamento social, que passaria a ser adaptado às diversas realidades. Objetivo: Descrever a relação entre densidade populacional e disseminação da COVID-19 em municípios de diferentes densidades demográficas no estado do Espírito Santo. Métodos: Estudo transversal realizado em uma subamostra do inquérito populacional no estado do Espírito Santo, entre os meses de maio e junho de 2020. Realizou-se duas amostragens, com intervalo de trinta dias, em cada setor censitário selecionado, porém em residências diferentes. Foi sorteado um indivíduo de cada residência para a coleta de informações sobre o perfil sociodemográfico e os aspectos clínicos e para a realização do teste sorológico para SARS-CoV-2. Respeitaram-se todos os aspectos éticos. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A prevalência de resultados positivos para COVID-19 nos municípios de Aracruz, Barra de São Francisco, Castelo, Guaçuí, Guarapari, Pedro Canário, São Gabriel da Palha e Venda Nova do Imigrante, na 1ª etapa, foi de 0,25%, enquanto, na 3ª etapa, foi de 2,26% (p<0,05). Para o grupo dos municípios de Baixo Guandu, Conceição da Barra, Ecoporanga, Iúna, Marataízes, Santa Maria do Jetibá, Sooretama e Viana, na 2ª etapa, a prevalência foi de 2,11%, atingindo 7,36% na 4ª etapa (p<0,05). A correlação entre densidade demográfica e diferença de prevalência entre as etapas não foi significante (p>0,05). Em relação ao perfil sociodemográfico, entre os indivíduos com resultados positivos do teste de anticorpos contra o SARSCoV- 2, 38,2% encontravam-se na faixa etária entre 21 e 40 anos, 60,9% eram do sexo feminino, 53,1% se autodeclararam da raça e cor da pele parda, 25,0% possuíam ensino médio completo. Além disso, 44,6% moravam em domicílio em que havia entre zero e três pessoas e 42,2% moravam em domicílio em que habitavam entre quatro e seis pessoas (p<0,05). Quanto às comorbidades, 28,9% possuíam hipertensão arterial sistêmica, 12,5% apresentavam obesidade e 8,6% eram portadores de diabetes mellitus (p>0,05). No que diz respeito aos sinais e sintomas, 36,6% eram assintomáticos, seguidos por 36% com anosmia, 34,4% que referiam febre, 34,4% que tinham tosse, 29,7% com fadiga e 25,7% com mialgia (p<0,05). Conclusão: O estudo demonstrou uma disseminação rápida e precoce da COVID-19 mesmo em municípios de menor porte. Não houve correlação entre diferença de prevalência entre as etapas e densidades demográficas dos municípios, corroborando um padrão de transmissão altamente efetivo em qualquer circunstância de exposição. Em linhas gerais, compreender fatores como a densidade demográfica é essencial para prevenir e prever a propagação de doenças infecciosas. Ainda, a caracterização das áreas de transmissão em termos de aspectos sociodemográficos, comorbidades e sintomas relatados pode auxiliar na elaboração de políticas públicas quanto a testagem e distanciamento social, além de propiciar um manejo mais adequado dos indivíduos

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