ESTUDO Longitudinal de Adesão de Pacientes Iniciantes em Terapia Antirretroviral: Estratégias Farmacêuticas Entre Pessoas Vivendo Com Hiv/aids
Nome: PATRÍCIA DE OLIVEIRA FRANCA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/03/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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CRISPIM CERUTTI JUNIOR | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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RITA DE CÁSSIA RIBEIRO GONÇALVES | Examinador Externo |
LAURO FERREIRA DA SILVA PINTO NETO | Examinador Externo |
MOISES PALACI | Examinador Interno |
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA | Examinador Interno |
CRISPIM CERUTTI JUNIOR | Orientador |
Resumo: Para alcançar os benefícios da terapia antirretroviral (TARV) e assegurar o controle da infecção, é de suma importância que seja mantido, pelo paciente, um grau de adesão à terapêutica superior a 90%. Assim, o objetivo deste trabalho foi proceder à investigação epidemiológica do processo de adesão de paciente HIV/AIDS iniciantes em TARV no ano de 2017. Para tal, foi realizado um estudo longitudinal prospectivo, quasiexperimental, avaliando a adesão após 12 meses e 24 meses de acompanhamento farmacêutico do tratamento antirretroviral na Unidade Dispensadora de Medicamentos de um Hospital Universitário em Vitória, Espírito Santo. A amostra consistiu em 109 pacientes que se enquadraram nos critérios de inclusão pré-determinados. Constatou-se que 76,1% da população era constituída de pacientes do sexo masculino, 46,8% eram pardos, 80,7% solteiros, 33,9% com escolaridade de 12 anos ou mais de estudo, 42,2% eram heterossexuais, 61,5% usavam álcool, 21,1% usavam drogas e 39,4% eram tabagistas. A idade média dos pacientes foi de 34,7 anos (DP=12,4). Entre eles, 81,7% iniciaram o tratamento com mais de 1000 copias virais/ml e 68,8% com contagem de linfócitos TCD4+ maior que 350 células/mm3. Calculou-se o perfil de adesão dos pacientes deste estudo por meio da regularidade de retirada da medicação na farmácia e pelo autorrelato. Observou-se que a taxa média de adesão individual foi de 93,25% e 93,31 % em 12 e 24 meses de seguimento. Foram realizadas 992 sessões de intervenções farmacêuticas, das quais 43,6% estavam associadas à educação do paciente, 19,7% estavam relacionadas com interações medicamentosas, e 14,4% correspondiam ao acompanhamento da evolução clínica do paciente. De todos os participantes, após 24 meses de seguimento, 80,8% deles eram aderentes. Encontramos uma associação entre as variáveis sociodemográficas, comportamentais, sociais e clínicas e a adesão e identificamos, como os principais fatores contribuintes para a não aderência, o uso ilícito de drogas [Odds ratio ajustado (ORaj) = 3,9, intervalo de confiança de 95% (IC95%) = 1,09-13,98, (p= 0,037] e a dificuldade de ter acesso aos medicamentos [ORaj = 3,7, IC95% = 1,15-11,64 (p= 0,028)]. O aconselhamento farmacêutico desempenhou um papel importante em todas as intervenções, aumentando a adesão aos medicamentos.