Influência da terapia antituberculose sobre Mycobacterium tuberculosis ativos e dormentes em amostras de escarro de pacientes com tuberculose pulmonar

Nome: PEDRO SOUSA DE ALMEIDA JUNIOR
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 16/08/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MOISES PALACI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DAVID JAMIL HADAD Examinador Externo
FABÍOLA KARLA CORRÊA RIBEIRO Examinador Externo
KÊNIA VALÉRIA DOS SANTOS Examinador Interno
LILIANA CRUZ SPANO Examinador Interno
MOISES PALACI Orientador

Resumo: A tuberculose (TB) é uma das doenças infectocontagiosas mais antigas do mundo cuja erradicação continua sendo uma desafio. Um dos maiores problemas relacionados à TB é a infecção latente em que o Mycobacterium tuberculosis (MTB) é encontrado em seu hospedeiro em um estado metabólico caracterizado como “dormência”. Neste estado, o microrganismo não é reconhecido pelo sistema imunológico e não é detectado pelos métodos convencionais de diagnóstico. Esse trabalho tem como objetivo detectar populações metabolicamente diversas de MTB em amostras de escarro de pacientes com TB pulmonar e analisar a influência da terapia antituberculose sobre estes bacilos. O objetivo secundário do estudo é verificar se populações de bacilos persistentes podem implicar em insucesso terapêutico. Para tanto, foi utilizada a técnica de diluição em placa de 48 poços, a qual calcula a quantidade de microrganismos por meio do cálculo de Número Mais Provável (NMP). O determina a quantidade de microrganismos que crescem em meio líquido (7H9) e em meio líquido após adição de filtrado de cultura líquida de MTB (FC). Adicionalmente, foram realizados métodos convencionais de diagnóstico, baciloscopia e culturas sólida e líquida. Amostras de escarro foram coletadas antes do início de tratamento (M0) e mensalmente até o final do tratamento (M1 a M6). Para assegurar uma diminuição na taxa de contaminação durante o procedimento, a utilização de higienizante oral (clorexidina 0,12%) foi padronizada. Os dados clínicos e epidemiológicos evidenciam que a população estudada é jovem (39,6 ± 19,4), com Índice de Massa Corporal (IMC) dentro dos padrões internacionais de normalidade (20,5 ± 1,6), sendo 57% dos pacientes do sexo masculino e 43% do sexo feminino. Os sintomas mais frequentes foram tosse e febre, com tempo de evolução da doença em torno de 1 a 3 meses como período mais frequente (71% para cada). Os dados radiográficos demonstram que todos os pacientes possuíam imagens radiográficas sugestivas de TB, de caráter anormal, sendo que seis (86%) destes pacientes foram caracterizados com doença avançada e um (14%) com moderada, com mesma proporção encontrada em relação à cavitação. Os dados microbiológicos mostram que somente uma (20%) das culturas convencionais (Ogawa ou MGIT) permaneceu positiva para MTB após dois meses de tratamento. A análise dos dados indicou que 84% dos bacilos das amostras M0 e 98% das amostras M1-M4 são bacilos dormentes ou dependentes de FC. Ao analisar o efeito da terapia anti-TB sobre as diferentes populações de MTB nas amostras de escarro de pacientes em tratamento, foi observada uma diminuição progressiva na quantidade de microrganismos ao longo dos meses de tratamento, principalmente em relação aos microrganismos metabolicamente ativos. Dessa forma conclui-se que o uso de FC é uma ferramenta importante para a redução do tempo de positivação das culturas e que MTB na sua forma metabólica dormente é mais tolerante às drogas de primeira linha utilizadas no tratamento.

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