DERMATOSCOPIA: Avaliação dos Padrões Isolados e Combinados na Onicomicose Por Dermatófitos
Nome: SHIMENA GUISSO CABRAL BUSSATTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/12/2018
Banca:
Nome | Papel |
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MARIA CARMEN LOPES FERRIRA SILVA SANTOS | Examinador Externo |
LUCIA MARTINS DINIZ | Orientador |
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA | Examinador Interno |
Resumo: Introdução: A dermatoscopia é método consagrado no diagnóstico clínico das lesões
melanocíticas das unhas, e ao longo dos anos, tem sido utilizada também para avaliação de
doenças inflamatórias, imunológicas e infecciosas do aparelho ungueal, como as infecções
fúngicas. A dermatoscopia é ferramenta útil no diagnóstico da onicomicose, permitindo análise
global do aparelho ungueal, de fácil execução e de baixo custo. Contudo, diagnóstico da
onicomicose é realizado por meio de exame clínico e complementado pelos exames
micológicos (EMD e cultura), sendo a histologia, recomendada nos casos de exames
micológicos negativos. Objetivos: O estudo tem o objetivo de avaliar os padrões
dermatoscópicos dos casos de onicomicose dermatofítica. Pacientes e métodos: Foram
avaliados 80 pacientes com suspeita clínica de onicomicose nos háluces, nos quais o exame
dermatoscópico foi realizado. A técnica utilizada para a identificação dos fungos foi o exame
micológico direto. Resultados: O EMD foi positivo para fungos filamentosos dermatófitos em
56 pacientes (70%) e negativo em 24 (30%). Pacientes que apresentaram alterações ungueais
por um período acima de cinco anos foram mais propensos ao diagnóstico de onicomicose
(p=0,001). O tempo das alterações nas unhas dos pacientes portadores de onicomicose foi de
sete anos e meio, e de três anos para os pacientes sem este diagnóstico, demonstrando o caráter
crônico desta infecção. Os padrões dermatoscópicos encontrados preditores de onicomicose
dermatofítica foram: padrão de borda recortada (p=0,003), estrias longitudinais (p=0,019),
hiperceratose subungueal em ruína (p=0,001) e cromoníquia amarela (p=0,002). A
sensibilidade (S) e a especificidade (E) dos achados dermatoscópicos isolados foram
respectivamente: (64,3%; 54,2%) para o padrão de borda recortada, (73,2%; 54,2%) para o
padrão estrias longitudinais, (85,7%; 50%) para hiperceratose subungueal em ruína e (78,6%;
58,3%) para cromoníquia amarela. Quando combinados os padrões entre si, a sensibilidade e a
especificidade foram: (58,9%; 70,8%) para borda recortada e estrias longitudinais, (62,5%;
66,7%) para estrias longitudinais e hiperceratose subungueal em ruína, (51,8%; 75%) para a
combinação de borda recortada, estrias longitudinais e hiperceratose subungueal em ruína e
por fim, (67,9%; 83,3%) para hiperceratose subungueal em ruína e cromoníquia amarela.
Conclusões: Os padrões dermatóscópicos encontrados foram: padrão de borda recortada com
pontas, estrias longitudinais, cromoníquia amarela e hiperceratose subungueal em ruína. A
sensibilidade destes padrões nos pacientes com EMD positivo foram baixas, exceto o padrão
de hiperceratose subungueal em ruína, que apresentou sensibilidade de 85,7%.
Na avaliação dos padrões dermatoscópicos combinados, houve um aumento da
especificidade para o diagnóstico de onicomicose dermatofítica em todas as combinações
quando comparadas aos padrões avaliados de forma isolada, sendo que, a associação de
hiperceratose subungueal em ruína e da cromoníquia amarela foi o mais específico (83,3%),
demonstrando um aumento da especificidade no diagnóstico da infecção fúngica das unhas
quando dois ou mais achados dermatoscópicos preditores de onicomicose estão presentes ao
exame.
Palavras-chaves: Onicomicose; Dermatofitose; Dermatoscopia.