Infecção vaginal: Determinantes, microbiota, inflamação e sintomas. Estudo descritivo com autocoleta diária ao longo do ciclo menstrual.

Nome: CHIARA MUSSO RIBEIRO DE OLIVEIRA SOUZA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/02/2009

Resumo: A saúde vaginal depende de complexas interações entre a microbiota vaginal, a histofisiologia da mucosa escamosa, o estado hormonal e os mecanismos de defesa do hospedeiro. Muitos fatores podem alterar este equilíbrio, induzindo citólise, infecção e inflamação, genericamente denominados infecção vaginal (IV). A IV manifesta-se por graus e combinações variáveis de ardor, prurido, dispareunia, disúria, mau odor e aumento e modificações do conteúdo vaginal. A abordagem clínica tem sido orientada apenas empiricamente e há pouca percepção do risco potencial das IV. Isso se deve a vários fatores, incluindo uma complexa rede de causas, inespecificidade das manifestações, discordâncias conceituais, dificuldade diagnóstica operacional, natureza íntima da prática sexual e limitados recursos diagnósticos e terapêuticos. Objetivos: Explicitar, em uma coorte de mulheres no menacme, por trinta dias, a variação concomitante dos elementos das redes de causas e efeitos da IV, através de descrição minuciosa da distribuição temporal em cada mulher e no conjunto das mulheres, como etapa preliminar para o estudo do nexo causal entre os elementos de ambas as redes. Casuística: dezoito mulheres na menacme, não grávidas, recrutadas em consultório e ambulatórios ginecológicos em Vitória, ES. Métodos: Estudo descritivo com exame ginecológico inicial, registro diário de hábitos de higiene, vestuário, práticas sexuais e sintomas e autocoleta vaginal por um mínimo de 31 dias. Os esfregaços vaginais foram examinados (Gram e Papanicolaou), sumarizando-se os achados como grau lactobacilar, candidíase, citólise e inflamação. Os achados históricos, do exame ginecológico e do estudo seqüencial foram registrado em um quadro pictórico individual e sumarizados por freqüência simples. Resultados: A mediana dos dias com respostas às perguntas do diário foi maior que 87% em todas as pacientes. A participação no estudo não afetou a função sexual feminina na grande maioria (94%) das participantes (redução de 38% em uma participante). A autocoleta do conteúdo vaginal garantiu espécimes adequados em mais de 85% dos dias em todas as participantes. A ocorrência de hábitos, práticas de higiene e sexuais, sintomas, microbiota, citólise e inflamação variaram marcadamente tanto entre as mulheres como ao longo dos dias em uma mesma mulher. Conclusão: (1) o registro diário e a autocoleta foram bem aceitos e garantiram adequada coleta de dados e espécimes; (2) o quadro pictórico evidenciou as variações e as relações temporais dos elementos da rede de causas e efeitos de IV; (3) na casuística estudada não houve uma boa correlação entre os elementos das redes de causa e efeito de IV. Em suma, com os instrumentos empregados é possível capturar todo o espectro da IV.
PALAVRAS-CHAVES: microbiota vaginal; infecção vaginal; autocoleta; diário; Gram; Teste de Papanicolaou.

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