Classificação morfológica, genotipagem e avaliação da patogenicidade de isolados clínicos e ambientais de Acanthamoeba em Vitória e região metropolitana (ES).

Nome: CYNARA OLIVEIRA POSSAMAI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/08/2012
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA Co-orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA Coorientador
CINTHIA FURST LEROY GOMES BUELONI Orientador
BLIMA FUX Suplente Interno
ANGELO FERREIRA PASSOS Suplente Externo
ALOÍSIO FALQUETO Examinador Interno

Páginas

Resumo: O gênero Acanthamoeba compreende protozoários anfizóicos que estão presentes nos mais diversos ambientes, podendo causar no homem doenças graves, como a ceratite amebiana e a encefalite amebiana granulomatosa. A sua patogenicidade não é inteiramente conhecida, assim como os fatores que determinam a infecção. Para isso, marcadores vêm sendo investigados na tentativa de mensurar a virulência de linhagens dessa ameba. Com o objetivo de esclarecer alguns aspectos biológicos e moleculares de Acanthamoeba, isolados clínicos e ambientais foram obtidos e caracterizados por análise morfológica, molecular e testes de patogenicidade. Foram coletadas amostras de raspado de córnea de pacientes com suspeita de ceratite amebiana e amostras ambientais provenientes de poeira, solo, piscina, água tratada, água do mar e água de inundação, em Vitória e região metropolitana (ES). Todas as amostras foram cultivadas em meio ágar soja. Além da cultura, as amostras de raspado de córnea também foram coletadas em salina de Page e submetidas a uma reação de semi-nested PCR. Culturas positivas para Acanthamoeba, identificadas com base na morfologia dos cistos e trofozoítos, foram selecionadas, clonadas e classificadas nos grupos morfológicos I, II ou III. Para a confirmação do gênero Acanthamoeba dos clones foi realizada PCR com iniciadores gênero-específicos do gene 18S rDNA. A genotipagem dos isolados foi realizada a partir do sequenciamento parcial deste mesmo gene e o potencial patogênico dos isolados clonados foi avaliado por meio de testes de termotolerância e de osmotolerância. Foram coletadas em ágar 90 amostras ambientais, 16 de raspado de córnea e 9 de lentes de contato (LC). Destas, 37 (32 ambientais, 4 clínicas e 1 de LC) foram positivas para Acanthamoeba, sendo obtidos 28 clones (24 ambientais, 3 clínicos e 1 de LC). Desses, 26 apresentaram características morfológicas do grupo II, um do grupo I (solo) e um não foi classificado de acordo com os parâmetros morfológicas de classificação. A PCR confirmou a identificação genérica de todos os isolados obtidos, sendo que os clínicos, o de LC e a maioria dos ambientais sequenciados foram classificados como pertencentes ao genótipo T4. Dentre os isolados ambientais, dois foram agrupados no genótipo T11 (piscina) e um no T1 (poeira). A partir dos testes de termotolerância e de osmotolerância, todos os isolados clonados, clínicos e ambientais, foram considerados potencialmente patogênicos, pois, embora o crescimento à concentração de 1M de manitol não tenha sido observado em todos os isolados, todos cresceram a 37°C. Os resultados deste estudo pioneiro no Espírito Santo confirmam a predominância do grupo morfológico II e do genótipo T4 em isolados clínicos e ambientais de Acanthamoeba e relata no Brasil o isolamento de Acanthamoeba pertencente ao genótipo T1. Este trabalho demonstra também a presença de isolados potencialmente patogênicos no ambiente, inclusive em amostras de água do mar e de água de inundação, o que pode representar um fator de risco para o desenvolvimento de infecções causadas por Acanthamoeba. Além disso, a metodologia utilizada neste estudo poderá ser utilizada para um diagnóstico mais rápido, sensível e específico de ceratite por Acanthamoeba.

PALAVRAS CHAVES: Acanthamoeba, isolamento, genotipagem, termotolerância, osmotolerância.

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