Infecção de gerbils (Meriones unguiculatus) com Toxocara canis: Migração de larvas e estudo morfológico com pesquisa imunohistoquímica de antígenos de larvas nas lesões.

Nome: MAYRA CUNHA FLECHER
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 13/04/2010
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS MUSSO Coorientador
CINTHIA FURST LEROY GOMES BUELONI Examinador Interno
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA Orientador
ISABELLA VILHENA FREIRE MARTINS Examinador Externo
NARCISA IMACULADA BRANT MOREIRA Suplente Interno

Resumo: Introdução. Nos últimos anos, os gerbils têm sido usados como modelo de Toxocaríase experimental, especialmente, para os estudos de lesões oculares e do Sistema Nervoso Central. Objetivos. Estudar a migração das larvas e as lesões, com estudo imunohistoquímico, em gerbils infectados ou reinfectados com Toxocara canis. Métodos. Gerbils foram infectados com 1.500 ovos embrionados de T. canis e eutanasiados após 4, 8, 12, 24, 48, 72 e 96 horas; 7, 15, 30 e 60 dias após a infecção. Intestino delgado e grosso, fragmentos fígado e encéfalo foram pressionados entre duas lâminas para a contagem de larvas, e o pulmão, digerido com solução de pepsina ácida para a contagem das larvas no sedimento. De todos os órgãos foram colhidos fragmentos, e fixados em formol tamponado para estudo histológico e imunohistoquímico das lesões, com utilização de um soro policlonal obtido em coelhos infectados com T. canis. Outro grupo de gerbils, previamente infectados foram reinfectados, 30 dias após a primeira infecção, com 1.500 ou 1.000 ovos e sacrificados 4, 8, 48 e 72 horas, e 7, 15, 30 e 60 dias após a reinfecção sendo submetidos aos mesmos procedimentos dos animais com uma única infecção. Resultados. Os resultados mostraram que as larvas migraram nas primeiras 24 horas através do intestino delgado e ceco, a partir desse tempo elas começaram a serem observadas em grande número no fígado, apresentando concentração maior em 48 horas após a infecção. Depois começaram a migrar para os pulmões e outros órgãos, reduzindo de número no fígado após uma semana de infecção, e voltando a aumentar após 15 dias, sendo ainda observadas até os 60 dias. Nos pulmões, as larvas eram abundantes após 72 horas, onde induziram grandes áreas de hemorragia, e se reduziam progressivamente até 30 dias após a infecção. A partir de 96 horas, eram encontradas no encéfalo, onde predominaram até o fim do experimento. Nos animais reinfectados houve um aumento na proporção de larvas contadas no fígado, em relação à primoinfecção, e redução delas no encéfalo. Nos animais que receberam uma infecção, as alterações morfológicas nos diferentes órgãos, exceto nos sistema nervoso, caracterizaram-se por inflamação discreta ou moderada com grande quantidade de eosinófilos e agregados frouxos de macrófagos e eosinófilos. No encéfalo as larvas eram observadas intactas, com muito escassa reação inflamatória. Nos animais reinfectados, as lesões inflamatórias eram mais graves com granulomas epitelióides bem organizados, muitos com larva no centro, inclusive com lesões graves na substância branca de cerebelo. A imunohistoquímica detectou em todos os órgãos, na infecção primária e na reinfecção, antígenos da larva nas áreas de exsudato inflamatório difuso, nos granulomas e ao redor das larvas. Conclusão. Os resultados mostraram que a migração das larvas no gerbil segue o padrão observado em camundongos e ratos com uma fase neurotrópica mais tardia, com concentração de larvas no sistema nervoso central. Na reinfecção há evidencias de resposta imunitária adaptativa tipo TH2 (eosinofilia no exsudato inflamatório e granuloma eosinofílicos), com aumento da retenção de larvas no fígado retardando a sua chegada no encéfalo; embora os granulomas epitelióides nos animais reinfectados, ás vezes, tivessem larvas no seu interior, não havia evidência de agressão a essa larvas.
Palavras-chaves: Toxocara canis. Toxocaraisis. Gerbils.

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