Infecção latente pelo Mycobacterium Tuberculosis entre contatos de pacientes com tuberculose pulmonar cavitária e não cavitária.

Nome: LUCILIA PEREIRA DUTRA MOLINO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/05/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
REYNALDO DIETZE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
AFRÂNIO LINEU KRITSKI Examinador Externo
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Examinador Interno
MOISES PALACI Suplente Interno
REYNALDO DIETZE Orientador

Resumo: Um dos principais desafios para o controle da tuberculose (TB) é ainda o pouco conhecimento disponível sobre os mecanismos intrínsecos de sua transmissão e os graus de risco associados a eles. Este estudo, uma coorte retrospectiva, teve por objetivo avaliar o risco de infecção por Mycobacterium tuberculosis, medido pela prova tuberculínica, em contatos de pacientes com tuberculose pulmonar cavitária e não cavitária. A identificação e a seleção dos casos índices foram realizadas por meio da análise de dois bancos de dados: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e TB notes. O período abrangido foi de julho de 2003 a dezembro de 2007. Foram selecionados indivíduos residentes em quatro municípios da Região Metropolitana de Vitória (Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória). De todos os casos índices com idade superior a 18 anos notificados no SINAN, obteve-se os prontuários médicos para análise dos dados demográficos, clínicos e laboratoriais e as informações dos respectivos contatos. A confirmação bacteriológica por cultura dos pacientes foi obtida no banco de dados TB-notes. Dos 1662 casos índices identificados, 320 preencheram os critérios de inclusão do estudo 154 (48,1%) com doença cavitária (grupo C) e 166 (51,9%) sem doença cavitária (grupo NC) à radiografia do tórax. Os 320 casos índices geraram 1.257 contatos. A maioria dos casos do grupo C e NC não tinha história epidemiológica de contato prévio com a doença 70,2% e 60,1%, respectivamente. O tempo de tosse variou de 0-980 dias, com média de 93,5 dias (± 130 dias), e mediana, de 60 dias. Os percentis 25 e 75 foram, respectivamente, de 30 e 90 dias. O tempo de tosse, que, na prática, retrata o tempo de doença, foi maior nos pacientes do grupo C (p=0,01, RC 1,82, IC 95%: 1,01-3,04), quando o ponto de corte foi de 60 dias. Houve uma maior concentração de pacientes com baciloscopia positiva no grupo C, o que representa uma diferença estatisticamente significativa (p <0,00, RC=5,86, IC 95%: 2,8-13,5). Dos 1.257 contatos arrolados, 555 (44%) eram contatos do grupo C, e 702 (56%) do grupo NC. Os dois grupos de contatos foram semelhantes em relação ao gênero, idade e resultado da radiografia do tórax. Houve, entretanto, diferença na prevalência de positividade da prova tuberculínica (&#8805;10mm), que foi maior nos contatos do grupo C: 48% versus 40,6% do grupo NC (p= 0,009, RC 1,35, IC95% 1,07-1,7). Os casos índices com doença cavitária infectaram 1,7 vezes mais seus contatos do que os casos índices sem cavidade à radiografia do tórax (IC 95%: 0.94-3.08, p=0, 061). Após análise de regressão logística essa associação mostrou-se estatisticamente significativa para as variáveis: tempo de tosse superior a 30 dias (RC=3,20, IC 95%: 1,5-8.6, p=0, 0007) e positividade da baciloscopia do escarro (RC=2,47, IC 95: 1,24-4,81 p=0, 0039). A positividade da baciloscopia do escarro também esteve associada à presença de doença cavitária. Os casos índices incluídos nessa categoria possuíam 5,86 mais chance de apresentarem exame direto do escarro positivo (IC95%: 2,8-13,5). Essas três variáveis (tempo de tosse, doença cavitária e baciloscopia positiva do escarro) estiveram relacionadas à transmissão da infecção aos contatos, quando se utilizou, como ponto de corte para análise da transmissão, a presença de infecção igual ou superior a 30% nos contatos dos respectivos casos índices. Concluímos que o tempo de tosse superior a 30 dias e a baciloscopia positiva estão fortemente associados à transmissão por M.tuberculosis. Esta associação teve significância limítrofe para doença cavitária.
Palavras-chave: tuberculose; transmissão; epidemiologia; fatores de risco; busca de comunicante.

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