CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS NOTIFICADOS DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES NO PERÍODO 2018-2020

Nome: LILYAN CORREIA RESENDE

Data de publicação: 13/11/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA Examinador Interno
CRISPIM CERUTTI JUNIOR Presidente
PABLO MEDEIROS JABOR Examinador Externo

Resumo: Introdução: A dengue é uma infecção viral sistêmica aguda, transmitida por mosquitos Aedes aegypti. Devido à distribuição deste mosquito pelo território nacional e à constante mudança nos sorotipos circulantes, o Brasil figura como o país com maior número de casos nas Américas. Já foram notificados mais de 11 milhões de casos de dengue desde 1985, com estabelecimento de ciclos endêmicos em todo o território nacional, e picos de casos num intervalo aproximado de três anos. Desta forma, a dengue caracteriza-se como a arbovirose de maior importância no Brasil, causando epidemias de grande impacto do ponto de vista de saúde pública e de mortalidade. Objetivo: Elucidar os fatores determinantes envolvidos na disseminação da dengue, contribuir com discussões sobre o tema e propor medidas integrativas entre o Setor de Vigilância Epidemiológica e a comunidade, com o objetivo de controlar a Dengue no município de Vitória. Métodos: Foi utilizada a cidade de Vitória como base do estudo. Os casos de dengue com diagnóstico confirmado nos anos de 2018 a 2020 foram extraídos da base de dados de notificação de agravos. Foi calculada a incidência mensal em Vitória e em cada bairro que compõe o município. A distribuição espacial foi verificada anualmente com mapas de riscos relativos por bairro e por clusters de aproximação de risco. Em relação à análise estatística, o método do qui-quadrado foi utilizado para verificar a associação entre as variáveis sexo, raça, escolaridade e faixa etária e a presença da doença. Resultados: Foram observados dois picos epidêmicos, em maio de 2019 e janeiro de 2020, separados por um período de baixa precipitação pluviométrica. A incidência nos anos de 2018, 2019 e 2020 foi de 359,2, 2018,3 e 2480,5 casos por cem mil habitantes, respectivamente. Do ponto de vista espacial, foi observada uma dispersão centrífuga, a qual se iniciou na região de Santo Antônio, abrangendo áreas contíguas como Centro, São Pedro e Maruípe. Houve maior associação da dengue com mulheres , negros e pardos e indivíduos com menor escolaridade. Quanto à idade, os indivíduos em maior risco foram os adolescentes, seguidos pelos adultos, pelos idosos e, por último, pelas crianças, o que mostra uma tendência relativa de ocorrência de grupos de risco mais jovens para a ocorrência da dengue. Conclusão: Foi observada uma epidemia após quatro anos, tempo interepidêmico que é comum nos ciclos endêmicos observados no Brasil. Dentre os fatores associados ao aumento de casos no período analisado, destacam-se a reemergência do DENV-2, sorotipo que não circulava desde 2011, e a alta pluviosidade no ano de 2019. As regiões de São Pedro e Santo Antônio necessitam de medidas integrativas, que envolvam as autoridades de saúde e a sociedade civil, por se tratar de áreas com menor autonomia de regulação e controle dos focos de reprodução de mosquitos. O aumento da incidência em grupos etários mais jovens também evidencia uma mudança no padrão epidemiológico da dengue em Vitória.

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