MALÁRIA SÍMIA NA MATA ATLÂNTICA DO ESPÍRITO SANTO: DISTRIBUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DAS ESPÉCIES DE PLASMODIUM A PARTIR DE FEZES DE PRIMATAS

Nome: JOMAR FAGUNDES JÚNIOR
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2021
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
CRISPIM CERUTTI JUNIOR Orientador
BLIMA FUX Co-orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA Examinador Interno
ANA CAROLINA LOSS RODRIGUES Examinador Externo

Resumo: Fagundes Júnior, J. Malária símia na Mata Atlântica do Espírito Santo: distribuição e caracterização molecular das espécies de Plasmodium a partir de fezes de primatas. Dissertação (Mestrado). Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2021. 71 p.
A malária é uma das doenças infecciosas de maior importância mundial. No Brasil, a doença acompanhou as mudanças que o país veio sofrendo com o passar das décadas. Atualmente, ela se concentra principalmente na região Amazônica, mas uma quantidade significativa de casos se mantém na região extra-Amazônica, em especial nas áreas cobertas pela Mata Atlântica, em que temos uma maior quantidade de casos. Questionamentos sobre a manutenção da doença na região extra-Amazônica são antigos, inclusive a possibilidade de a doença ser mantida por reservatórios animais, tendo em vista que primatas não humanos (PNH) foram encontrados portando parasitos típicos de seres humanos e vice-e-versa. Esses questionamentos com relação à doença ganharam força quando ficou evidente a importância do Plasmodium knowlesi na manutenção de uma forma zoonótica de malária na Malásia, se tornando um importante problema de saúde pública. Esse trabalho teve como objetivo identificar as espécies de parasitos causadores da malária símia na região de Mata Atlântica do estado do Espírito Santo. A investigação foi realizada a partir da coleta não invasiva de amostras fecais de primatas não humanos nos municípios de Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Domingos Martins, Marechal Floriano e Laranja da Terra, no estado do Espírito Santo. Por meio da extração de DNA e metodologias moleculares realizadas em 29 pools, foi possível identificar as espécies de Plasmodium infectantes e confirmar que as amostras eram de PNH. Para a identificação das espécies de Plasmodium, foi realizada extração com a utilização do kit QIAamp® DNA Mini Stool Kit (Qiagen®). A amplificação foi realizada por meio de PCR em tempo real (qPCR) para a identificação de espécie de Plasmodium, sendo a PCR convencional utilizada para confirmação das espécies símias. Os procedimentos laboratoriais de analise foram realizados no Instituto de Medicina Tropical, da Universidade de São Paulo (IMT-USP), onde, com o auxílio da equipe do laboratório de protozoologia, foi realizada a análise dos grupos amostrais fecais de PNH. Neste processo, observou-se a positividade de três pools (10,34%). Dentre os pools, dois foram positivos para Plasmodium falciparum e um para Plasmodium malariae/ Plasmodium brasilianum. Dois desses pools foram resultantes de coletas em Santa Teresa e um em Laranja da Terra. Com relação às espécies de primatas portadoras de Plasmodium, foram identificadas Sapajus nigritus e Alouatta guariba, previamente identificadas na literatura como portadoras de infecção por Plasmodium. Esses animais parecem ser importantes na manutenção do ciclo do parasito, atuando na manutenção da infecção na região próxima à Mata Atlântica. Considerando-se a relação entre infecção humana e símia observada no Brasil, essas informações são importantes para que se entenda melhor se a doença estaria se mantendo de forma zoonótica, motivando ações específicas de saúde pública.

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