Avaliação da incidência de infecção e perfil de agentes etiológicos relacionados a fraturas expostas após implementação de um protocolo de antibioticoprofilaxia pré-hospitalar

Resumo: Os objetivos do tratamento das fraturas expostas são a prevenção de infecção, consolidação da fratura e restauração
da função do membro afetado. As fraturas expostas são altamente prevalentes, em face dos meios de transporte
motorizados e capacidade destrutiva das armas modernas, que produzem lesões de alta energia, com elevada
morbidade e mortalidade associadas. Neste contexto, temos as infecções precoces ou tardias (infecção de sítio
cirúrgico e osteomielite) como complicações muito frequentes que fazem com que o paciente quase sempre retorne ao
centro cirúrgico. Tais desfechos impõem elevados custos pessoais, profissionais, sociais e econômicos. O manejo das
fraturas expostas infectadas aumenta o tempo de internação e os custos com o tratamento. Ainda, a complicação
infecciosa agrava o prognóstico do paciente, reduz as probabilidades de que a fratura venha a consolidar
(pseudoartrose), aumenta o risco de sequela e disfunção permanente, inclusive de amputação e óbito. Neste contexto,
é de grande importância aprimorar métodos ou estratégias que propiciem a redução das infecções associadas às
fraturas expostas como a aplicação de antibioticoprofilaxia no menor tempo possível após a ocorrência da fratura, pois
esta é a medida isolada com maior impacto na redução da incidência de infecção. Além do reconhecimento da
importância da antibioticoprofilaxia precoce, tem havido crescente preocupação mundial acerca da resistência
bacteriana aos antimicrobianos, de forma que se faz necessário estudar a frequência dos agentes bacterianos a
infectar as fraturas expostas para avaliação da eficácia da antibioticoterapia empregada. Considerando que a
antibioticoterapia se baseia na aplicação de beta-lactâmicos para cobertura de bactérias Gram positivas torna-se
imprescindível conhecer a frequência de infecções causadas por cepas de S. aureus resistentes a este grupo de
antibiótico (fenótipo MRSA). Ainda, não há evidência suficiente para cobertura antibiótica para bactérias GRAM
negativas. Em vista de tais fatos, este estudo pretende verificar o impacto da implementação da antibioticoprofilaxia
dentro das ambulâncias de resgate do setor público estadual de saúde (SAMU) na redução das taxas de infecção,
quando comparadas aos dados nacionais. Finalmente, será possível conhecer as frequências absolutas e relativas dos
agentes bacterianos causadores das infecções nas fraturas expostas, bem como seus perfis de resistência,
subsidiando estratégias de adequação da antibioticoprofilaxia de acordo com o perfil epidemiológico regional. Para isso,
será realizado um estudo observacional, do tipo coorte prospectivo, com seguimento de 1 ano, que avaliará a
incidência de infecção e os agentes patogênicos envolvidos em pacientes vítimas de fraturas expostas, atendidos nos
dois maiores hospitais estaduais de referência em trauma do Estado do Espírito Santo.

Data de início: 01/03/2019
Prazo (meses): 53

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Doutorado JOÃO GUILHERME TAVARES MARCHIORI
Coordenador ANA PAULA FERREIRA NUNES
Pesquisador MOISES PALACI
Pesquisador SANDRA FAGUNDES MOREIRA DA SILVA
Acesso à informação
Transparência Pública

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