Summary: Espécies do gênero Aspergillus são responsáveis pela segunda e/ou terceira maior ocorrência de infecções fúngicas invasivas (IFI) em hospitais terciários. Na prática clínica, essas infecções são difíceis de diagnosticar e o tratamento tardio é muito frequente. Poucos centros médicos têm capacitação para realizar a identificação acurada de espécies deste gênero de fungos, visto que a formação em micologia clássica, bem como o domínio e disponibilidade de técnicas moleculares são requeridas para este diagnóstico. Apesar do melhoramento no arsenal de antifúngicos e nas ferramentas diagnósticas, a mortalidade por Aspergillus ainda permanece alta, 80 a 100% em pacientes seriamente imunocomprometidos. Os casos de Aspergillus com resistência a antifúngicos não são comuns na medicina contemporânea, mas o número de isolados resistentes e fracasso terapêutico têm aumentado significativamente nas últimas décadas. Vale mencionar que resistência a azólicos em Aspergillus está emergindo e tem sido detectada em pacientes expostos e não expostos a essas drogas, bem como em ambientes selecionados de todo o mundo. No Brasil, ainda se conhece muito pouco sobre esses agentes e a resistência dos mesmos aos antifúngicos comumente utilizados nos episódios de aspergilose. O presente estudo tem como objetivos analisar a distribuição das espécies pertencentes ao gênero Aspergillus em centros médicos brasileiros e do Estado do Espírito Santo, traçar o perfil de susceptibilidade in vitro dos isolados de Aspergillus frente a azólicos e anfotericina B e, por fim, investigar a epidemiologia de isolados clínicos de Aspergillus fumigatus resistente a triazólicos com mutações subjacentes no gene CYP51A. A identificação de espécies do gênero Aspergillus será realizada através da abordagem polifásica dos isolados, a qual inclui análise macro e micromorfológica, termotolerância, sequenciamento e filogenia (região ITS do rDNA e genes codificadores de proteínas). Em relação à sensibilidade dos isolados aos antifúngicos, será avaliado o perfil de susceptibilidade in vitro frente a triazólicos e anfotericina B, utilizando o método de microdiluição em caldo, M38-A2, padronizado pelo CLSI (The Clinical & Laboratory Standards Institute). Os isolados de A. fumigatus com valores de cut-off superiores aos estabelecidos na literatura serão avaliados para detecção de resistência molecular através do sequenciamento do gene CYP51A, incluindo a região promotora desse gene. Dada à relevância do gênero Aspergillus como agente causador de infecção em humanos e a falta de dados clínicos epidemiológicos no Brasil, a execução deste projeto é de extrema importância, uma vez que o mesmo permitirá o entendimento aprimorado sobre a prevalência e o comportamento biológico de espécies do gênero no nosso meio. Ademais, vale destacar que há uma grande necessidade de entender melhor o alcance global do problema de resistência a azólicos e a verdadeira frequência da mesma, uma vez que grande parte dos relatos de resistência está relacionada ao uso de antifúngicos azólicos no meio ambiente. Contudo, o presente projeto visa melhorar o panorama das IFIs, principalmente no que diz respeito ao aumento do sucesso terapêutico e diminuição das taxas de mortalidade quando o agente infeccioso diz respeito a Aspergillus.

Starting date: 27/02/2018
Deadline (months): 24

Participants:

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Coordinator * SARAH GONCALVES TAVARES
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